De fotos sensuais a evolução profissional: 10 anos da seleção
Rio de Janeiro - Imagine você o quanto o rugby é conhecido no Brasil hoje. Agora volte atrás 10 anos e tente compreender a dificuldade que os praticantes do esporte tinham, em 2005, para montar uma seleção brasileira. Foi essa a dificuldade primeira que as jogadoras brasileiras enfrentaram, quando outras seleções femininas, como a do vôlei e do basquete, já anotavam vitórias e medalhas olímpicas.
Desde 2005, quando foi criada, a seleção feminina de rubgy passou por diversos percalços, de incentivo e mesmo técnicos, para hoje comemorar seus 10 anos de vida muito mais evoluída profissionalmente do que era antes.
Nessa década de existência, o principal troféu das meninas é nunca ter perdido um jogo contra seleções da América do Sul - são dez títulos no continente. Mesmo não tendo a mesma força quando se trata de Mundiais, a seleção evolui a passos largos, graças a mudança na estrutura, por exemplo.
Em 2009, frente ao amadorismo que reinava na seleção - pra se ter ideia, as meninas pagavam suas próprias passagens para a disputa dos campeonatos -, elas resolveram ousar e fotografaram para um calendário sensual.
"Aquilo nos ajudou muito. Naquele momento, não tínhamos verbas e, junto com a grana, veio a divulgação do rugby. A gente conseguiu um espaço que nunca teve. Quando que o rugby iria aparecer no Faustão em um domingo à tarde?", lembra, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Para Paula, uma das principais atletas, o time mudou muito. "Antes a gente bancava nossas viagens. Hoje recebemos tudo na mão. Temos médico, nutricionista, psicólogo. Tem todo um staff por trás da seleção. Hoje a gente consegue viver exclusivamente do rugby", conta.
O rugby voltará ao calendário olímpico em 2016 e o objetivo é que ele cresça cada vez mais, conta o técnico neozelandês que cuida da seleção, Chris Neill. "O esporte está crescendo no país, e precisa melhorar ainda mais. Estamos no caminho", conclui.