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Dr. Geraldo S.M. Granata Jr: Os atletas do Rugby devem ter cuidado especial com o joelho
São Paulo - O atleta do rugby deve ter um cuidado especial com seus joelhos, pois quando ocorre uma lesão durante o jogo ela não é das mais tranqüilas. Uma das lesões mais freqüente é a do ligamento cruzado posterior.
O ligamento cruzado posterior é o principal restritor primário da translação posterior da tíbia. Quando lesado a perna faz um movimento anômalo indo para trás (posteriorização) gerando uma sensação de falseio para o atleta.
O mecanismo de lesão é bem característico e causado principalmente por um trauma direto na frente da perna levando a uma posteriorização com tensionamento do ligamento cruzado posterior e ruptura.
A lesão pode ocorrer em três tipos de graus:
No grau 1 ocorre uma pequena lesão que compromete algumas fibras do ligamento cruzado posterior levando a um esgarçamento. Não afeta significantemente a sua função e a do joelho.
No grau 2 a lesão é parcial e gera algum grau de instabilidade ao joelho.
No grau 3 a lesão é total e o grau de instabilidade e falseio é grande. O tratamento neste caso geralmente é cirúrgico e pode estar associado a lesões de outras estruturas.
Pensando nestes três graus de lesão o atleta do rugby já pode perceber que nem todo o tratamento é cirúrgico. Pelo contrário, cabe a tentativa de tratamento conservador promovendo um retorno à suas atividades num nível próximo ou igual ao o anterior a lesão.
Trabalho médico publicado em revista européia de traumatologia esportiva e lesão do joelho atesta que foi possível tratar sem cirurgia 88% das lesões agudas isoladas do ligamento cruzado anterior em jogadores de rugby retornando ao mesmo nível de atividade de antes da lesão. A corrida em rápida velocidade foi o item mais afetado na recuperação dos atletas.
Não há como jogar rugby pensando nos joelhos e nos movimentos que irão fazer, mas tentar não bater sua perna de frente mantendo o pé parado no chão pode evitar a lesão deste importante ligamento no joelho.
Por Dr. Geraldo S.M. Granata Jr.
Responsável do CTJ – Centro de Tratamento do Joelho
Mestre e Doutor, Membro do Grupo do Joelho da Universidade Federal de São Paulo