Com muita música e história russa, Sochi faz abertura quase perfeita
Rio de Janeiro - Foram abertos nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, os Jogos Olímpicos de Inverno Sochi 2014. Após muito burburinho acerca de inúmeras polêmicas, como a lei antigay, os excêntricos gastos do governo russo e a iminência do terrorismo, a cidade-resort, no Mar Negro, apresentou uma cerimônia de abertura bastante musical e quase perfeita.
Quase porque, logo no início da cerimônia, cinco rosas gigantes deveriam se abrir, de forma que cada uma se tornasse um anel que formaria o símbolo dos Jogos: os cinco anéis olímpicos entrelaçados. Uma das rosas, entretanto, falhou e não abriu, ficando assim apenas quatro constrangedores anéis na imagem.
Após o problema que, segundo jornalistas, não teria acontecido no ensaio geral da cerimônia, o presidente russo, Vladimir Putin e do COI, Thomas Bach, foram apresentados. Logo em seguida os 40 mil pagantes no estádio Fisht cantaram o hino da Federação Russa.
Tradição em toda cerimônia de abertura, o palco do estádio olímpico abriu espaço para o desfile das delegações dos 88 países com atletas inscritos para os Jogos de Sochi. Aberto pela Grécia, berço das Olimpíadas, a parada seguiu com Austrália, Áustria e assim por diante, conforme a ordem no alfabeto cirílico. A cada país que entrava, a imagem correspondente no ao mapa da nação no globo brilhava no chão do estádio.
O Brasil foi o 15º país a desfilar e foi bastante aplaudido. Jaqueline Mourão, veterana do esqui cross country e agora atleta olímpica também do biathlon, teve a honra de ser a porta-bandeira da delegação brasileira, que teve 20 pessoas desfilando, entre atletas e técnicos.
Uma delegação que chamou a atenção foi a das Ilhas Cayman, cujos atletas entraram de bermuda e de chinelo. A temperatura no estádio Fisht era de aproximadamente 11° C, enquanto que externamente era cerca de oito graus a menos.
Ao fim dos desfiles, uma neve cenográfica tomou conta da cerimônia, enquanto o estádio vai sendo fechado para a fase seguinte da abertura. A pequena russa Liza Temnikova, de 11 anos, que abriu a festa, continua comandando o espetáculo.
Muita música permeou quase todo o espetáculo em Sochi. Uma versão inusitada de "Get Lucky", do Daft Punk, foi performada por um coral de militares russos. Clássicos também foram executados, desde Tchaikovsky até o belo Lago dos Cisnes.
A parte histórica da cerimônia ficou por conta de peças, pintadas de vermelho, que aludiam à Revolução Russa de 1917 e à industrialização do país nas décadas seguintes.
Por volta de 16h25, horário de Brasília, o presidente russo proferiu a tradicional frase que dá início aos Jogos Olímpicos. "Declaro abertos os 22º Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi", afirmou.
Após a declaração de Putin, outro aspecto protocolar tomou conta do estádio Fisht: o hasteamento da bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI), erguida ao lado da bandeira russa. Carregada por ex-atletas russos e celebridades, a bandeira foi hasteada após a execução do Hino Olímpico por Ana Metreva, soprana russa.
O ápice do espetáculo foi o último revezamento da tocha até a pira olímpica. Maria Sharapova, campeã do tênis, Yelena Isinbayeva, do salto com vara e outros atletas carregaram a chama dentro do estádio olímpico.
Mas quem teve a honra de acender a pira olímpica foi Irina Rodnina, da patinação artística, e Vladislv Tretiak, do hóquei no gelo. Ambos campeões olímpicos, eles correram com a chama a uma temperatura de 2°C até a pira, que fica ao lado do estádio Fisht.
Uma intensa e bela queima de fogos fechou a grandiosa cerimônia de abertura da 22ª edição dos Jogos de Inverno - e primeira edição sediada pela Rússia.
Voo tem suspeita de bomba - Um voo da Pegasus Airlines, que saiu de Kharklov, na Ucrânia, fez um pouso de emergência em Istambul, na Turquia, após um dos 110 passageiros ameaçar explodir uma bomba caso o avião não fosse desviado para Sochi. O piloto da aeronave conseguiu ativar o modo de sequestro e desviar o voo.
Segundo informações, o passageiro estava bêbado e fora de si. Ele teria gritado, na cabine do avião, "vamos para Sochi!", antes de ser contido. As afirmações são do Órgão de Segurança Nacional da Ucrânia.