Atletas americanos comentam polêmica lei russa e descartam boicote

Contagem regressiva já é feita em Rostov, na Rússia / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro - Segundo país com mais medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno, os Estados Unidos certamente conseguiriam diminuir a moral de qualquer edição da competição caso decidissem não participar dela. Mas, pelo que traz a edição digital do diário Washington Post, essa não parece ser a intenção dos atletas americanos contrários à legislação antigay do país-sede das Olimpíadas de Sochi, em 2014.

Steven Holcomb, 33, ouro no bobsled em Vancouver, 2010, acredita que um boicote dos EUA à competição só atenderia aos interesses russos. "Eu acho que os russos amariam se a a gente boicotasse. Isso daria mais medalhas pra Rússia. Eles ficariam empolgados e felizes com isso", ressaltou. 

Há pouco mais de quatro meses dos Jogos, especula-se se a questão da proibição de propaganda de "relações sexuais não-tradicionais" pelo governo da Rússia não acabará ofuscando as próprias disputas olímpicas. 

Cinco vezes medalhista olímpico no ski alpino, Bode Miller encara a legislação como um constrangimento. Além disso, o americano afirma que a recente proibição do COI (Comitê Olímpico Internacional) sobre os atletas que expressem visões políticas em locais de competição olímpica é "hipócrita e injusta". 

"Eu acho que é absolutamente constrangedor que hajam países e pessoas com esse nível de intolerância e ignorância", afirmou o esquiador. "Mas não é a primeira vez; nós lidamos com problemas relacionados a direitos humanos provavelmente desde que somos humanos", ressalta.

Outros atletas americanos, em entrevista ao mesmo diário, evitam se posicionar, no entanto. É o caso de Agnes Zawadzki, promessa da patinação. "Não estarei lá para fazer a diferença", disse. "Eu quero focar em mim e no que eu tenho que fazer para competir bem nas Olimpíadas", concluiu.

Na quinta-feira, Jean-Claude Killy, ex-esquiador e presidente do Comitê de Coordenação do COI, acalorou ainda mais a discussão. Killy afirmou que a legislação russa não fere os princípios antidiscriminatórios das Olimpíadas. 

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