Samir Barel encara a prova mais badalada das águas abertas

Samir em ação / Foto: Talita Saab

São Paulo - Chegou a hora de Samir Barel mostrar toda sua garra, ousadia, determinação, experiência e paixão pela maratona aquática. O nadador de 31 anos, encara entre os dias 5 e 12 de agosto, uma das provas mais difíceis e prestigiadas da maratona aquática mundial: O Canal da Mancha. O percurso de 34 quilômetros entre a Inglaterra e a França é conhecido como o "Monte Everest das Águas Abertas", em razão das adversidades que existem no Estreito de Dover. 

"Água fria, em torno de 15 graus, correnteza forte, vento, metragem longa, muitas embarcações de todos os formatos e tamanhos passando durante todo o percurso, mas tudo com muita segurança. Estou me preparando há mais de um ano para essa prova e estou bem confiante. Concluir essa façanha não é apenas um sonho, mas também uma oportunidade de mostrar para todas as pessoas que somos capazes de superar qualquer desafio. Basta termos planejamento, disciplina e muita determinação", explica Samir Barel.
 
O nadador de Campinas enumerou as principais dificuldades e curiosidades da prova, explicando porque a travessia é uma das mais prestigiadas mundo afora. Confira:
 
O pioneiro - O primeiro a realizar a travessia do Canal nadando foi o capitão da marinha mercante britânica Matthew Webb em agosto de 1875, que percorreu todo o estreito de Dover em 21 horas e 45 minutos. Em razão da força das ondas, das correntes marítimas e muito difícil realizar o percurso em linha reta. O capitão Webb, por exemplo, nadou 61 quilômetros em ziguezague para alcançar o final do estreito. 
 
Sem Neoprene - Para essa travessia, os atletas só podem usar sunga ou maiô, touca e óculos de natação. Para manter o calor do corpo é permitido apenas uma mistura de lanolina (90%) e vaselina (10%). 
 
Mais de 8 horas nadando - Com o percurso atual, saindo de Dover (Inglaterra) com chegada em Calais (França), a travessia pode demorar de 8h30 até 12 horas para ser finalizada. Tudo depende das condições climáticas e do próprio canal no momento da passagem. É totalmente imprevisível saber em quanto tempo o atleta conseguirá completar o trajeto.
 
Hidratação - Para garantir energia durante tantas horas de natação, os técnicos acompanham os nadadores em barcos de apoio, a certa distância, oferecendo comidas ou bebidas bem calóricas com o auxílio de um bastão para que os atletas possam se alimentar sem parar de nadar. 
 
Uma travessia para poucos  - Segundo dados da organização, em torno de 280 atletas largam da costa inglesa por ano, uma média de 38 nadadores, aproximadamente 8%, conseguem concluir o percurso. De 1875 até 2011, atravessaram 904 atletas, largando da Inglaterra e chegando na França, e 195 atletas, saindo da França e desembarcando na Inglaterra (percurso que não existe mais), ou seja 1099 pessoas completaram a travessia em 136 anos - uma média de 8 pessoas atravessando por ano, desconsiderando a mudança do percurso e também a evolução dos nadadores.
 
Brasileiros na travessia - O primeiro brasileiro a concluir a travessia foi Abílio Couto em 1958, que realizou o feito em 12 horas e 45 minutos. De lá para cá, cerca de 20 brasileiros finalizaram a prova. 
 
Recordes - O recorde da travessia pertence ao Australiano Trent Grimsey, concluindo o percurso em 6h55m50s em 2012. Já o recorde sul-americano é do argentino Claudio Plit, que demorou 8h58 para finalizar a prova em 1981. Entre os brasileiros, Ana Mesquita é a atual recordista, tendo completado o percurso em 9h40 em 1993, seguida por Tiago Sato, que fez 9h51 em 2010. Alias, o recorde de ida e volta pertence ao também brasileiro Igor de Souza (técnico de Samir Barel), que finalizou a prova em 18h33 em 1997. 


Veja Também: 
 

Eventos esportivos / Entidades Mundiais

Rugby campeão

Brasil é campeão do Sul-Americano 6 Nações

 
 

 

 
Mascotes

Mais lidas da semana

Curta - EA no Facebook