Brasil encerra o ano com ouro, bronze e 13 finais em Istambul

Ouro - Nicholas Santos - 50m borboleta / Foto: Satiro Sodré / AGIF

Turquia - O Mundial em Piscina Curta de Istambul encerrou neste domingo, 16/12, o ano da natação brasileira e internacional. O país sai da competição com 13 finais, sendo que nelas conquistou uma medalha de ouro e uma de bronze, nove semifinais, três recordes de campeonato e um recorde sul-americano. 
 
No último dia de provas, o revezamento 4x100m medley masculino esteve no pódio até os últimos 25 metros, quando a Austrália assumiu o terceiro posto. Guilherme Guido abriu no costas (50s67), seguido por Felipe Lima (58s05), Kaio Márcio Almeida (49s86) e Guilherme Roth (47s15) somando 3m25s73. Tempo quase dois segundos melhor que o da eliminatória (3m27s49).
 
O ouro no revezamento foi para os Estados Unidos de Ryan Lochte e cia, que marcou 3m21s03, seguido por Rússia (3m22s88) e Austrália (3m24s77). João Gomes Júnior cravou o mesmo tempo da semifinal nos 50m peito, 22s50, e ficou com o quarto lugar na prova. Felipe Lima (26s68) nadou a mesma final e ficou com a sexta posição. "Errei a saída. É um problema de fundamento mesmo que ainda estou automatizando. Tem horas que sai legal, outras horas não, mas não desisto. Vou continuar treinando muito pra acertar isso logo", disse.A prova foi vencida pelo norueguês Aleksander Hetland (26s30), seguido pelo esloveno Damir Dugonjic (26s32) e pelo francês Florent Manaudou (26s33). 
 
Despedidas - A final de 50m livre feminina em Istambul foi a última da carreira de Flávia Delaroli Cazziolato. Ela foi a oitava (24s83). Depois de 15 anos de seleção brasileira, a atleta de 29 anos deixa as piscinas coma a sensação de missão cumprida. "Foi isso que eu sempre gostei na natação. Essa adrenalina, nadar no topo. Estou feliz por tudo. Obrigada a todos que participaram de alguma maneira porque fizeram alguma diferença. Não estava esperando nem vir para o Mundial. Quando nadei os 100m medley já me supreendi, fiquei muito feliz. Os cinquentinha me surpreendeu. Nadei duas vezes pra 25s5. Isso é muito gostoso, você se superar".
 
Flávia que foi finalista nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 nos 50m livre, contou o que apreendeu e deixou uma mensagem para os novos atletas. "Não é fácil. A matemática não fecha. Um mais um não é dois e nem tudo o que você põe você vai tirar de volta, mas o que você tira, se realmente souber valorizar, vale por tudo e tem peso de diamante. Espero que muitas pessoas se inspirem na minha história, na história dos meninos, nas medalhas e se dediquem. Porque além de ter a oportunidade de participar de uma coisa dessas, que é muito mágica, mas aprender a tirar essa força de você seja num campeonato regional ou mundial, é importante para qualquer coisa que você viver na vida. Então, vamos lá gente, vamos praticar esporte!", finalizou.
 
Fabíola Molina nadou os 50m costas em 26s97, que é seu melhor tempo sem o uso dos trajes de natação. A marca lhe deu o 7º lugar no Mundial. Embora não esteja oficialmente encerrando a carreira, como Flávia Delaroli, Fabíola disse que vai diminuir o ritmo e no momento priorizar outras áreas da vida. "Fiquei muito feliz com o resultado, em estar nesta final. Esse é meu melhor tempo sem os trajes e é legal porque todo o meu foco foi para as Olimpíadas e eu não estava tão bem assim para nadar esse Mundial. A Flavinha (Flávia Delaroli) já anunciou que vai encerrar a carreira e eu ainda não anunciei ainda oficialmente isso porque eu vou continuar nadando enquanto não engravidar. Quero ter filhos, vou fazer 38 anos e tem uma hora que a mulher não pode mais esperar. Acho que é o momento de dar prioridade a outras coisas e continuo nadando e competindo, mas sem todo aquele peso de dar os resultados. É o momento de agradecer muito porque me sinto muito apoiada. Depois que o filho vier, vamos ver como vai ser", disse. Daynara de Paula também foi à final dos 100m borboleta. Ela era a reserva da prova e entrou após a desistência de duas atletas. Dayanra fez 59s64 e foi a oitava colocada.
 
2012: O ano que iniciou 2016 - O Mundial de Istambul encerra 2012 para os nadadores, mas o ciclo olímpico se fechou com os Jogos de Londres. No dia seguinte, os olhos do mundo se voltaram para o Brasil e para o Rio de Janeiro, próxima sede dos Jogos Olímpicos, em 2016. 
 
Em Londres a esperada segunda medalha de ouro não veio, mas o país se manteve no pódio da principal competição do planeta e, desta vez, com dois atletas - Thiago Pereira e Cesar Cielo, respectivamente, prata e bronze nos 400m medley e 50m livre - quando nações tradicionais colecionadoras de medalhas em Olimpíadas como a Alemanha, ficaram de fora do pódio.
 
O Mundial em Piscina Curta de Istambul, embora realizado na distância de 25 metros, trouxe para a cena internacional nomes que já estão em plena preparação visando as Olimpíadas em casa enquanto deu o tempo necessário de recuperação para os nomes do primeiro pelotão brasileiro de nadadores, após um período de quatro anos no alto do pódio de todas as principais competições do planeta. 
 
Desde os Jogos de Pequim 2008, o país foi medalhista nos Mundiais em piscina longa de Roma 2009 e Xangai 2011, no Mundial em piscina curta de Dubai 2010 e no Mundial Júnior de Lima 2011, além dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011. "Istambul trouxe algo muito positivo que foi mostrar o país numa fase de transição, mesclando atletas que já estão encerrando a carreira com outros muito novos, sem os nomes mais premiados da natação brasileira, mas se mantendo no pódio, nas finais e semifinais. Isso não aconteceu por acaso. Mostra que existe um programa, uma estratégia e um trabalho sendo realizado", analisou o supervisor técnico de natação da CBDA, professor Ricardo de Moura.
 
Além de refletir sobre o que passou o supervisor da CBDA também já fala sobre o que reserva o futuro próximo da modalidade. "Já enxergo o Mundial de Barcelona do ano que vem (em piscina olímpica) como o mais forte de todos os que foram realizados no mesmo período, ou seja, no início do ciclo olímpico. Mesmo realizado em 25 metros já deu pra notar em Istambul vários nomes de outros países que, na minha avaliação, devem ser observados de perto pelos nossos principais atletas, pois devem despontar nas próximas competições. O resultado da natação feminina também foi interessante e acho que isso já é reflexo de uma autoconfiança que as atletas vão ganhando em função de ter atletas experientes como referência na delegação, técnicos muito capacitados, enfim, uma soma de fatores que amadurecem o time", explicou.
 
Nos primeiros dois meses de 2013 o departamento de natação da CBDA irá anunciar critérios e procedimentos para o trabalho supervisionado por Ricardo de Moura, coordenado por Rômulo Noronha, com a execução para a natação masculina a cargo do técnico Alberto Silva e da natação feminina do técnico Fernando Vanzella.
 
Resultados do Brasil 
 
Ouro - Nicholas Santos - 50m borboleta
Bronze - Guilherme Guido - 100m costas
4º - Guilherme Guido - 50m costas
4º - João Gomes Júnior - 50m peito
4º - Guilherme Guido, Felipe Lima, Kaio Márcio e Guilherme Roth - 4x100m Medley
6º - Felipe Lima - 50m peito
6º - Leonardo Alcover,Fernando Santos, Guilherme Roth, Vinícius Waked -4x100m livre 
6º - Larissa Oliveira, Alessandra Marchioro, Flávia Delaroli, Tatiana Lemos-4x100m livre 7º - Daniel Ozerchowski - 50m costas
7º - Fabíola Molina - 50m costas
8º - Felipe Lima - 100m peito
8ª - Daynara de Paula - 100m borboleta
8º - Flávia Delaroli Cazziolato - 50m livre
10º Daynara de Paula - 100m borboleta
10º Etiene Medeiros - 50m costas
10º Fabíola Molina, Beatriz Travalon, Daynara de Paula, Larissa Oliveira- 4x100m medley
11º - João Gomes Jr - 100m peito
11º - Kaio Márcio Almeida - 50m borboleta
12º Larissa Oliveira - 100m livre
13ª Alessandra Marchioro - 100m livre
13ª Beatriz Travalon - 50m peito
16ª Daynara de Paula - 50m borboleta
 
Recordes
 
Recorde de Campeonato - 50m borboleta - Nicholas Santos (22s40) - Eliminatória
Recorde de Campeonato - 50m borboleta - Nicholas Santos (22s23) - Semifinal
Recorde de Campeonato - 50m borboleta - Nicholas Santos (22s22) - Final
Recorde Sul-Americano - 4x100m medley - Fabíola Molina, Beatriz Travalon, Daynara de Paula e Larissa Oliveira (3m57s66) - Eliminatória

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