Conheça a história do brasileiro que foi bronze olímpico mas parou aos 21

À esquerda, Manoel dos Santos, hoje com 75 anos / Foto: Reprodução / Facebook

Rio de Janeiro - Manoel dos Santos não é um nome muito lembrado pelas gerações atuais quando se fala em esporte olímpico. Mas poderia ter sido. A promissora carreira do ex-nadador, no início dos anos 60, teve um fim rápido: aos 21 anos, após conquistar um bronze nos Jogos de Roma (1960) e alcançar o recorde mundial nos 100m livre, ele parou. 

No mesmo ano em que se tornou o homem mais rápido do mundo na sua prova, Manoel decidiu que pararia e por um motivo pouco comum: o atleta não queria mais ter que usar o dinheiro do pai para alavancar sua carreira. A família, que enfrentava dificuldades, não tentou convencer o então nadador do contrário e a federação não obteve sucesso em fazê-lo mudar de ideia. 

"Não tinha outro jeito a não ser parar. Era muito amadorismo. Eu não poderia ficar dependendo do dinheiro do meu pai. Não dava. Com 18 anos eu já tinha vergonha, imagina com 22? Eu não era jovem. Com 25 anos não se é jovem para ficar pedindo dinheiro para o pai", conta Manoel, hoje com 75 anos, em entrevista ao UOL Esporte. 

À época, a modalidade não tinha nem de perto o apoio que tem hoje. Carente de patrocínios e incentivos maciços do governo ou mesmo divulgação pela imprensa, a natação imergia no amadorismo. 

Para se ter ideia, além de precisar ter talento e dinheiro, os atletas contavam com grande esforço de si mesmos. O grande resultado de Manoel, por exemplo, nos Jogos Olímpicos, foi conquistado doente. 

"Nadamos em Lisboa pouco antes com uma água a 16 ºC. Faltou profissionalismo da CBD (à época Confederação Brasileira de Desportos) para me tirar do campeonato por causa dos Jogos de Roma. Eu poderia ter me dedicado mais por medalha. Faltou acreditarem em mim. Na época eles não acreditavam em ninguém", lembra. 

O brasileiro saiu das piscinas para trabalhar na indústria de madeira que a família possuía. Em 1982, saiu de lá para abrir uma academia, mantida até hoje. 

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