Joanna Maranhão lembra tentativas de suicídio: "pedido de socorro"

Joanna Maranhão deu a volta por cima no Pan de Toronto e no mundial de Kazan / Foto: Satiro Sodré / SSPress

Rio de Janeiro - Quem vê a nadadora Joanna Maranhão, com a bagagem que tem, aos 28 anos, acha natural que ela tenha um bom desempenho no mundial de esportes aquáticos de Kazan, na Rússia e seja medalhista pan-americana (foi uma prata e dois bronzes para o Brasil, em Toronto).

O que muita gente desconhece é o que a pernambucana passou, nos últimos anos, para conseguir dar a volta por cima e voltar a brilhar nas piscinas, depois de um momento bastante obscuro. 
 
Em 2013, descobriu uma dívida bancária altíssima no nome da mãe (mas que, para Joanna, era responsabilidade dela), na casa dos R$ 400 mil. A partir daí o desespero tomou conta e a brasileira, que ainda luta contra o trauma de ter sido abusada pelo seu técnico na infância, precisou vencer mais um fantasma em sua vida. 
 
"Eu não tinha coragem de fato para acabar com a minha vida, mas era um pedido de socorro. Foi muito bom ter ido nem ao fundo do poço, mas ao subsolo. Tive contato com a pior versão de Joanna. Isso me ajudou a estar aqui hoje e valorizar a vida como eu valorizo hoje", conta a atleta, que atacou contra a própria vida em duas oportunidades. 
 
Se em Kazan ela voltou a nadar próxima de suas melhores marcas (foi à semifinal dos 200m borboleta e nos 200m medley, além de ajudar o revezamento 4x200m a conquistar uma vaga olímpica), em Barcelona 2013 a situação era alarmante. 
 
Joanna chegou a ter uma crise de pânico antes de uma das provas, pois sabia que a pressão era enorme para ter bons resultados no mundial, conseguir patrocínio e, quem sabe, diminuir a dívida com o banco. 
 
"Vocês viram ali que em Barcelona eu estava muito mal de cabeça. Eu sabia que tinha uma dívida muito grande, mas não sabia de quanto era. Quando mainha falou que era uma dívida de banco de R$ 412 mil, pensei: 'Pô, a culpa é minha. Não quero mais isso e não quero fazer mais com que eles passem por isso', explica a nadadora. 
 
A explicação para o montante acumulado pode estar na conquista da vaga olímpica em Londres 2012, que veio após Joanna montar sua própria equipe técnica, depois que saiu do Minas Tênis Clube, em 2011. 
 
Hoje, a atleta responsável pela melhor marca olímpica do Brasil na natação feminina (5ª nos 400m medley em Atenas 2004) se orgulha de viver e estar bem consigo mesma, graças também à ajuda da família e do namorado, o judoca Luciano Corrêa.
 
"Você começa a valorizar tudo de novo, e é simplesmente maravilhoso. Tudo que eu passei na minha vida, não mudaria nada. O momento que eu vivo hoje, de compreender meu valor no mundo e o que eu posso melhorar em mim e para o mundo, eu precisei passar por isso. Não tenho vergonha de dizer que eu tive depressão. Da minha trajetória, do meu passado, não tenho vergonha. Sou eu. Para estar aqui hoje eu precisei passar por isso", conclui Joanna.
 
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