Na história da natação brasileira, Etiene tenta manter pés no chão: "sem palavras"

Rio de Janeiro - A conquista da medalha de prata nos 50m costas, no mundial de esportes aquáticos, em Kazan, não foi uma marca inédita apenas para Etiene. O Brasil nunca havia subido num pódio feminino no mundial de piscina longa na história. 

 

O feito, no entanto, não é isolado na carreira da nadadora, que vem de um crescente impecável no último ano. A pernambucana conquistou, recentemente, o título pan-americano em Toronto na mesma prova, depois de ter brilhado também no mundial de piscina curta, com direito a recorde mundial. Tanto pioneirismo está fazendo com que seu nome esteja de uma vez por todas na história da natação brasileira. 

 

"Eu estou realmente sem palavras. Tem muita coisa acontecendo na minha carreira, muita coisa ao mesmo tempo. Tenho que filtrar bem as coisas. Está sendo muito rápido. Em menos de 10 meses, recorde mundial (dos 50m costas, em piscina curta), pan-americano... estou muito feliz com os resultados. Mas, ao mesmo tempo, tenho que saber filtrar cada momento. Lá no Pan foi uma história, aqui está sendo outra. Um estágio de cada vez, passa a passo. Estou conseguindo fazer isso com o meu técnico, estou muito feliz", comemora. 

 

A ficha de Etiene parece não ter caído ainda. A do seu técnico, no entanto, já. Fernando Vanzella sabe a importância dos resultados que a brasileira vem conquistando. "Isso, com certeza, está mobilizando outras meninas do Brasil a praticarem natação, a se inspirarem nela, a quererem estar no lugar dela. Isso para a natação é fantástico", afirmou.

 

A pernambucana ainda pode brilhar mais vezes no mundial de Kazan, já que tem pela frente a prova dos 50m livre, no sábado, e o revezamento 4x100m medley, no domingo. Depois, ainda esse mês, Etiene volta a São Paulo para a disputa do Troféu José Finkel. Férias só no fim de agosto, e o lugar está mais do que definido. 

 

"Eu amo o Recife, amo minha torcida, amo a minha família, não vou deixar vocês nunca, apesar de estar fora da minha cidade. Mas é em busca de um sonho. Se deus quiser, vou levar uma coisa maior para a minha cidade. Quero ver meus avós, estar com a minha família, e quero um cuscuz", completou.