Nicholas Santos conquista prata e Brasil soma 26 medalhas no Mundial

Nicholas Santos / Foto: Satiro Sodré / SSPress / CBDA

Rússia - Nicholas Santos bateu na trave no Campeonato Mundial de Barcelona, em 2013, mas na tarde desta segunda-feira, 3/08, a medalha saiu. Com 23s09 ele ganhou a prata dos 50m borboleta atrás apenas do francês Florent Manaudou, 22s97, e na frente do húngaro Laszlo Cseh e do polonês Konrard Czernizk, empatados no bronze com 23s18. Este é o terceiro Mundial consecutivo em que o Brasil sobe ao pódio na prova - Cesar Cielo venceu em 2011 e 2013 - e é a 26ª medalha do Brasil na história da competição (ver lista no final do texto).

- Fico feliz com a primeira medalha para o país. Fiz o meu ritual de sempre, deixei pra raspar no final, botei bermuda nova, não respirei e quando eu dei a última braçada eu vi que o Manaudou estava na frente. O cara é muito alto, parece um "avatar" - brincou - mas eu entrei muito sereno na prova. Estava muito consciente de tudo o que eu queria fazer. Estava no meu mundo, olhando só pra minha raia e bem tranquilo. O que eu faço diferente para me manter competitivo é alimentação. Fico me desafiando o tempo todo para aguentar o treino com a garotada mais jovem. Tento vencer os meus próprios resultados. Não fico tentando bater o Cesar ou o Manaudou. Isso é consequência de outras coisas - explicou Nicholas, que tem 35 anos.
 
Ele contou também que já está mudando a estratégia para chegar em 2016.
 
- Agora comecei a nadar os 100m borboleta. É uma prova em que eu nunca nadei. Já fiz 52s8. Se eu fizer 52s e baixo acho que já dá pra disputar vaga na Olimpíada. Tanto que toda a base de trabalho que fiz pra cá foi para os 100m. Comecei nos 50m (livre). Veio o Cesar e começou a nadar bem, veio o Bruno e aí eu fui para outra prova, os 100m (livre), e agora meu objetivo é os 100m borboleta, que estou achando muito mais fácil nadar. A gente vai ganhando idade e vai dando uma "sambada" pra se manter no topo. Acho que a prova principal que precisa melhorar pro revezamento 4x100m medley ser realmente competitivo é o borboleta. Sem dúvida nenhuma temos que nadar pra 51 segundos. As outras provas são boas. Gostaria muito que o Cesar voltasse a nadar os 100m para motivar o grupo. Ele é um cara que todo mundo sabe que precisa dele no revezamento ele vai pra cima. Guido está nadando bem, no peito temos uma galera boa. Temos um ano pra planejar isso - disse.
 
Cesar Cielo, terminou em sexto lugar, com 23s21. Ele não vinha se sentindo bem desde as eliminatórias, com dores em função de uma inflamação no ombro, no tendão supra espinhoso.
 
- Eu não tinha nada a perder. Essa hora aqui é quando a cabeça tem que estar tranquila e deixar a competição acontecer e saber tirar as performances. Ganhando ou perdendo os 50m livre estão lá me esperando. Independente do que aconteceu. Gostaria de estar em uma outra situação aqui, mas não é a primeira vez que isso acontece comigo. Já passei por situações como essa. No próprio Mundial de Doha, quando eu nadei mal os 50m livre e consegui me levantar para os 100m, então é um dia de cada vez. A competição não acabou ainda e o importante é continuar o melhor. Se o melhor não for o "melhor" pelo menos eu saio com a tranquilidade de que era isso que eu tinha mesmo. O Nicholas nadou bem e mereceu o resultado - declarou, Cesar.
 
Na briga!
 
Etiene Medeiros por muito pouco não foi à final dos 100m costas. Na semifinal ela marcou 59s97 e ficou com a nona posição. Apesar de não disputar a decisão, ela e o técnico Fernando Vanzella ficaram empolgados com a evolução, pois há dois anos ela nem à semifinal foi.
 
- Sair da prova olímpica como nona do mundo é muito bom! Claro que queria estar na final, mas foi por pouco. Voltar a nadar para 59 (segundos) também foi bom e eu estou feliz. O meu objetivo principal era conseguir vaga na final, nas três provas individuais e por pouco eu não consegui a primeira. A natação é assim, por centésimos ou milésimos a gente fica dentro ou fora. Estou feliz porque consegui encarar as duas etapas da prova muito bem e coloquei em prática o planejado. Amanhã tenho um dia de descanso, para rever a prova e já pensar nos 50m costas - Etiene Medeiros.
 
Fernando Vanzella também viu como positiva esta primeira prova individual de Etiene em Kazan.
 
- Ela está na briga da prova. Está chegando. E se animou porque está vendo que se melhorar uma coisa ou outra estará no grupo das top 5. Claro que a gente sempre quer mais, queríamos a final, mas o resultado foi bom e sinaliza crescimento - disse Vanzella.
 
Guilherme Guido e João de Lucca também ficaram na semifinal. Guido nadou os 100m costas e João, os 200m livre. No estilo costas, o nadador brasileiro fez 53s88 e ficou em 14º lugar. Nos 200m livre, de Lucca marcou 1m48s23 e ficou em 16º.
 
Errei duas coisas que foram a saída e a virada. A saída foi muito funda e a virada foi muito perto. Pra chegar numa final de Mundial a prova tem que ser perfeita e hoje eu não consegui fazer. Eu fui rápido (o mais veloz na saída), mas fui fundo e uma coisa anulou a outra e não foi uma vantagem. No revezamento dá pra fazer o meu melhor tempo se não errar nessas coisas. Agora vou sentar com o biomecânico, dar uma olhada em como foi a prova para arrumar para o revezamento (4x100m medley) - contou Guido.
 
João falou que a estratégia da prova poderia ter sido diferente, mas que vai levar o aprendizado para acertar o que falta visando os Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
- Nadar uma prova individual no Mundial já é ótimo e ficar entre os 16 é muito bom. O foco da minha preparação foi para o Pan-Americano e aqui não consegui melhorar o tempo. Eu vou levar essa experiência para frente e consertar o que deixou de ser feito. Eu poderia ter arriscado mais na passagem. Acho que esperei muito e quando fui atacar já era tarde demais. Todo mundo que nadou aqui dá aula e foi bom para eu aprender a lição para o ano que vem - João de Lucca
 
Os atletas brasileiros participam do 16º Campeonato Mundial FINA de Esportes Aquáticos com recursos dos Correios - Patrocinador Oficial dos Desportos Aquáticos Brasileiros, e ainda do Bradesco/Lei de Incentivo Fiscal, Lei Agnelo/Piva - Governo Federal - Ministério do Esporte, Speedo, Sadia e Universidade Estácio de Sá.
 
Medalhas do Brasil em Kazan
 
Maratona Aquática

Ouro - Ana Marcela Cunha - 25km
Prata - Allan do Carmo, Ana Marcela Cunha e Diogo Villarinho - prova de equipe 5km
Bronze - Ana Marcela Cunha - 10km
 
Natação

Prata - Nicholas Santos - 50m borboleta


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