Walmir Zanotti participou das 30 edições do Triathlon do Exército
Espírito Santo – “Embaixador” do triathlon capixaba, Walmir Zanotti, aos 73 anos, confirmou presença na 30ª edição do Triathlon do Exército, prevista para acontecer no próximo dia 23 de agosto, na Praia de Itaparica (próximo à rotatória), em Vila Velha.
Walmir é um caso emblemático de amor ao esporte e, porque não dizer, à prova. Basta dizer que é o único da história a ter disputado todas as edições.
O atleta recorda que, quando foi criada, a prova causou certa estranheza. É que poucos tinham conhecimento profundo da modalidade no Estado.
A palavra “triatleta” era quase desconhecida. Não existia sequer treino específico para as três modalidades porque prova de triathlon (exatamente o do Exército), só ocorria uma vez por ano.
Ele era remador do Álvares Cabral em uma época que as regatas levavam multidões à Avenida Beira-Mar, em Vitória, aos domingos nas provas do Estadual, tendo a rivalidade entre seu clube e o Saldanha como maior combustível. O remo, no Espírito Santo, é bom dizer, brotou antes mesmo que o futebol.
Com preparação física invejável, Walmir resolveu “encarar” o triathlon. E foi “marcando presença”, anos após ano, que chegou à 30ª edição do Triathlon do Exército.
“O Triathlon do Exército, sem ‘Seu Walmir’ não teria o mesmo charme”, confessa o presidente da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri), Carlos Fróes, fundador da Associação Capixaba de Triathlon (ACATri) e da Federação Capixaba de Triathlon (FECATri) e um dos principais responsáveis pela longa trajetória do Triathlon do Exército.
Os fãs podem ficar tranquilos. Zanotti gosta de falar com os amigos que enquanto for aceita a sua inscrição e tiver forças, fará questão de participar da disputa.
Para ele, é uma emoção inigualável cruzar a linha de chegada tendo ao fundo a Banda do Exército tocando magistralmente músicas.
Zanotti, na verdade, é personalidade viva da história do triathlon no Espírito Santo. Tendo sido também participante das primeiras edições de provas que somam duas décadas de realizações como o Triathlon de Verão, o Open de Vitória, o Triathlon do Corpo de Bombeiros e o Duathlon da Polícia Militar, somente para citar quatro.
Vigor
É um exemplo de vigor físico. Tanto que com mais de 60 anos trabalhou como guarda-vidas em várias praias de Vitória, tendo atuação de destaque dentre a maioria dos companheiros, diga-se de passagem, boa parte com um terço de sua idade.
Em sua trajetória, uma história de superação de marcas e uma rotina espartana de treinos para sempre se apresentar dignamente. Ele inspira atletas e absorve a notoriedade com discrição.
Walmir tem doces recordações das primeiras participações, apesar das dificuldades. Era preciso, sobretudo, garra.
“Lembro-me como se fosse ontem. Tudo era novidade, estranho e diferente do modo de participar, de competir. Não tinha noção da transição das modalidades. Usávamos chuveiro fechado para o banho, toalha para enxugar, meias para o calçado, uma eternidade na transição. Mesmo assim, dos mais de 120 participantes, fui o 14º no geral e primeiro na categoria acima de 35 anos. Sem contar a emoção da chegada dentro do 38º BI”, recordou.
“Não me lembro de usar óculos naquela época para a natação, roupas especiais, a bike era uma Caloi 10, de ferro, sem peças especiais, capacete pesadão. Mas, tudo sempre foi feito com garra e vontade de vencer. Participei de todas as 29ª edições. Em 1994 não foi realizada esta confraternização, uma pena”, continuou.
“Cruzar a linha de chegada me deixa muito emocionado e "com o friozinho na barriga" como sempre, por mais uma vez concluir uma prova tão importante. Isto, renova a minha autoestima. Ser exemplo para muitos meninos e meninas que hoje, inclusive são destaque nacional, me faz ter uma satisfação pessoal muito grande. Exemplo: os atletas da CBTri que treinaram um período aqui no Estado, especialmente nossa rainha Pâmella Oliveira”, destacou.
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