Parados no oceano, Pandiani e Bely esperam vento para chegar ao Brasil

Zona de calmaria / Foto: Igor Bely

São Paulo - A falta de ventos constantes fez com que Beto Pandiani e Igor Bely recalculassem a previsão para o fim da Travessia do Atlântico, aventura da dupla pelo oceano Atlântico a bordo de um catamarã sem cabine. 
 
Os 30 dias sem escalas de viagem não serão suficiente para os velejadores percorrem as 4.000 milhas náuticas (7.400 quilômetros) da Cidade do Cabo (África do Sul) até Ilhabela (Brasil). Na água desde 20 de março, os dois enfrentaram condições de mar ruim, frio e muito calor. Porém, o que mais dificultou o cronograma da expedição foi a velocidade do vento, insuficiente na maior parte do caminho. 
 
"Com a falta de vento desta semana que passou não vamos conseguir chegar em Ilhabela no dia 20. Portanto, amigos, sinto muito se alguém se programou e sinto também por nós, que tínhamos expectativa de chegar em terra na semana que vem. Paciência, temos uma meteorologia desfavorável, com pouco vento e depois de segunda-feira (15) com ventos contrários", disse Beto Pandiani.
 
O barco Picolé se aproxima da ilha brasileira de Trindade. A partir desse trecho são 600 milhas náuticas até Vitória (ES) em linha reta. A estratégia de Beto Pandiani e Igor Bely é fazer a aproximação da costa do Brasil por Cabo Frio (RJ) e depois descer a costa fluminense e em seguida a paulista. "Dependemos do vento e ainda não sabemos ao certo o que vai acontecer até quarta-feira (17). Aqui no barco comemoramos todas as pequenas coisas, assim mantemos o ótimo humor e astral", relatou Beto Pandiani em seu diário de bordo publicado no site travessiadoatlantico.tumblr.com. 
 
Nessa fase da viagem, com ansiedade para chegar em terra firme, a ordem a bordo é paciência. Alguns pequenos detalhes como comida fresca, uma cama confortável e um banho fazem parte do sonho imediato dos dois. "Temos comida em abundância, mas as coisas frescas se foram, já comemos o último grapefruit. Sonho em poder tomar um simples suco de laranja, comer uma salada de tomates com alface e um prato de frutas. Já que não posso, vou me dedicar ao máximo para levar o Picolé de volta para casa. As noites tem sido difíceis para mim, pois a caminha improvisada é muito dura e passo a noite virando de um lado para o outro, igual frango de padaria, tentando encontrar uma posição melhor. Depois que comecei a fazer estas viagens, passei a amar minha cama e não tem uma noite que eu chegue em minha casa e olhe para ela com o devido valor". 
 
Beto Pandiani aproveita para propor uma reflexão àqueles que estão acompanhando sua expedição. "A vida aqui não é superlativa como na cidade, aqui temos um modo de vida espartano ao máximo e nosso exercício é maximizar, minimizar, valorizar, pois os recursos são finitos e é fácil de ver. Na cidade perdemos a noção dos recursos que dispomos e vivemos uma vida perdulária em todos os sentidos. Vou até mais longe, acho que perdemos muita energia em pensar bobagens que não levam a nada. Aqui toda a nossa energia consumida tem que nos levar de volta para casa. Acho que isso dá uma boa reflexão para todos. Onde queremos chegar com a energia que dispomos? Vejo a vida assim: nascemos cada um com uma cota de energia programada para chegar a um determinado lugar, como um carro que pega uma estrada e tem combustível para tantos quilômetros. Se chegarmos antes do tempo, acho que ganhamos uma sobrevida, mas se nos perdermos no caminho e gastarmos nossa energia em coisas supérfluas, podemos ter nosso plano de voo revisto. Viva mais com menos, viaje leve e vá longe, mandamentos do Picolé."

Eventos esportivos / Entidades Mundiais

Rugby campeão

Brasil é campeão do Sul-Americano 6 Nações

 
 

 

 
Mascotes

Mais lidas da semana

Curta - EA no Facebook