Velejadores sofrem com "verdadeiro deserto no oceano" no caminho ao Brasil

Travessia do Atlântico/ Foto: Igor Bely/Divulgação

São Paulo - A Travessia do Atlântico, aventura de Beto Pandiani e Igor Bely a bordo de um catamarã sem cabine, se torna cada vez mais desgastante. Após quase 20 dias de viagem e faltando menos da metade do caminho entre a África do Sul e o Brasil, a dupla sofre com o forte calor e a falta de ventos. Por isso, a expressão: um ‘verdadeiro deserto no oceano’ é usada pelos velejadores nos seus relatos diários, que podem ser acompanhados em tempo real pelo site travessiadoatlantico.tumblr.com. "Nos sentimos como nômades no deserto! Basta trocar a água por areia para sentir a realidade", disse Igor Bely.
 
"Esta falta de vento que estamos enfrentando é causada por uma zona de baixa pressão. Uma frente fria que vem do sul está empurrando a gente para o norte. Agora temos que esperar até que a frente fria passe por nós. Isto pode gerar muitas mudanças", completou Igor Bely. 
 
A ideia é fazer todo o percurso em até 30 dias, mas por causa das condições climáticas, essa previsão pode ser alterada. Ao todo, o trajeto tem 4.000 milhas náuticas, o que equivale a 7.800 quilômetros. As dificuldades são ainda maiores, já que não há escalas na travessia e os dois estão em um barco de 24 pés, ou seja, oito metros.
 
"Nosso domingo (7) à tarde foi daqueles para não lembrar mais, ou nunca mais se esquecer. Vínhamos com boa velocidade, o vento compareceu na direção certa e por isso aproveitamos para fazer milhas. Por volta das 14h formou-se na nossa frente uma linha de chuvas com nuvens bem carregadas. Parecia um muro cinza chumbo que se perdia no horizonte e, como estava no nosso caminho, tínhamos que cruzá-lo. Preparamos os baldes para a coleta de água, colocamos toda a roupa salgada para lavar, fechamos as barracas e preparamos as câmeras. Chegamos a 300 metros da chuva e o vento foi enfraquecendo, até terminar completamente. Toda a região ficou sem vento e aquela barreira imensa de chuvas estacionou, não nos deixando sair de onde estávamos. Ou seja, nem tomamos a chuva, nem velejamos e com a ondulação de lado o barco ficou batendo as velas e dando trancos nos estais de aço que seguram o mastro. A irritação tomou conta dos dois", contou Beto Pandiani.
 
O velejador, que tem experiência em expedições em barcos considerados pequenos, explicou a dificuldade que a falta de ventos causa. "O barco andou tão devagar que deu tempo de uns moluscos grudarem no casco. Tudo bem, não vamos reclamar, pois o veleiro está em ordem, nós estamos bem e tudo tem seu tempo. Na viagem do Pacífico, tivemos tantas quebras, tantos problemas, que a viagem foi interrompida por duas vezes. Quando chegamos à Austrália, estávamos desgastados. E por um bom tempo não quis saber de pensar em uma nova viagem oceânica."
 

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